Fortalecer as residências na área da Saúde no País. Esta é uma das preocupações do presidente da Frente Parlamentar Mista da Medicina (FPMed), Dr. Hiran Gonçalves, que participou, na última segunda-feira (13), de uma live com a Dra Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde. O Dr. Maikon Madeira, vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes, também participou do bate-papo representando o presidente da entidade, Dr. Vinicius Miolla.
Para o presidente da FPMed, é de extrema importância esta oportunidade de diálogo e proximidade junto ao Ministério da Saúde, com intuito de fortalecer a Medicina e principalmente o atendimento de saúde pública no País. Passa por isso, na visão dele, a excelência na formação dos médicos, que devem passar pelas residências médicas para aprimoramento voltado a tratamentos especializados, nas mais diferentes áreas de atuação médica.
“Não é de hoje que a Dra. Mayra tem atividade intensa no Ministério da Saúde, buscando aprimorar a qualidade do ensino nas escolas médicas do País. Temos a satisfação, aqui na FPMed, de podermos levar junto a ela e também ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, as discussões que precisam de encaminhamento, pelo bem da saúde pública brasileira”, disse Dr. Hiran Gonçalves.
Sobre as residências médicas, na opinião dele, é preciso descentralizar e estimular que os médicos formados atuem em mais áreas especializadas. “Podemos dizer que quase metade das residências hoje envolvem apenas quatro especialidades. Além disso, precisamos reconhecer que praticamente 60% das residências hoje são ofertadas nas regiões Sul e Sudeste do País, com apenas 3% das residências no Norte. Isso limita e dificulta o acesso à saúde.”
A Dra. Mayra Pinheiro reconhece os desafios que ainda existem na Medicina brasileira relacionados às especialidades médicas, mas afirma ter havido um trabalho intenso nos últimos dois anos o qual tem revolucionado as residências em Saúde no Brasil.
Ela aproveitou a live da FPMed para reiterar os esforços do Sistema de Mapeamento em Educação na Saúde (Simapes), lançado em 2020 pelo Ministério da Saúde e que tem auxiliado nos esforços para traçar novos planos envolvendo residências de pelo menos 14 áreas da Saúde.
EM 2030
A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde também comentou sobre o projeto ProvMed 2030, estudo que já tem traçado panoramas fundamentais e que permitirá a aplicação de modelos viáveis relacionados às reais necessidades de médicos e especialistas em todo o País, com prazo para 2030, quando há uma perspectiva de haver 750 mil médicos brasileiros.
“Teremos um grande número de mulheres médicas formadas futuramente. Cito este exemplo para demonstrar as mudanças que precisarão ser provocadas no País, já que, hoje, há especialidades com muito mais procura por médicas, como a pediatra e a dermatologia”, disse Dra. Mayra.
Ainda a título de exemplo, ela ainda comentou sobre o problema já existente envolvendo residências médicas: “Hoje a psiquiatria já é uma especialidade que nos preocupa pelo número baixo de médicos que buscam essa formação. Principalmente no pós covid-19, haverá uma grande necessidade deste tipo de atendimento médico especializado”, reforçou a Dra. Mayra.