A comissão externa da Câmara dos Deputados, que acompanha medidas de enfrentamento à pandemia de Covid-19, em sessão presidida pelo deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ), presidente da Comissão, promoveu audiência pública virtual nesta segunda-feira, 26, para discutir o estágio das pesquisas mundiais de vacinas para combater o novo coronavírus.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), quase 200 vacinas candidatas contra a Covid-19 estão sendo estudadas no mundo todo. Além disso, a aliança internacional Covax Facility reúne mais de 170 países na busca pela vacina, entre eles o Brasil.
Participaram do debate o diretor do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da USP e diretor do Instituto Brasileiro de Estudos Toxicológicos e Farmacológicos, Anthony Wong; o infectologista Francisco Cardoso; o professor da Faculdade de Medicina da USP e membro dos comitês de vacinas Covid da OMS e do NIH/EUA, Jorge Kalil.
E, ainda, a diretora da Sociedade Brasileira de Cancerologia e da Associação Brasileira de Mulheres Médicas, Nise Hitomi Yamaguchi; o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marcos Krieger; e a coordenadora geral do Programa Nacional de Imunizações, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Francieli Fontana.
Além do deputado Dr. Luizinho, marcaram presenças, ainda, a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e o deputado federal Jorge Sola (PT-BA).
Em seus pronunciamentos, parlamentares e especialistas insistiram na tese da necessidade de que as vacinas tenham garantia de eficácia, segurança e imunogenicidade para serem liberadas.
Os debatedores chamaram a atenção sobre a pressa com que as vacinas, em geral, estão cumprindo as fases de testes, uma vez que algumas dessas fases ou são suprimidas ou encurtadas, o que para eles é um perigo.
Representantes de entidades de pesquisa farmacológica e da vacina, expuseram suas ressalvas. O Dr. Marco Krieger, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por exemplo, que coordena as pesquisas envolvendo a vacina criada pela Universidade de Oxford, expôs o andamento do trabalho e chamou a atenção para o rigor das etapas a serem cumpridas no testes com as vacinas.
Já o Dr. Jorge Kalil, dos comitês de vacinas Covid da OMS e do NIH/EUA, relacionou 7 obrigações para com as vacinas: número de eventos e tempo de observação; eficácia em diferentes idades, minorias e grupos de risco; cobertura da população; gravidade da doença; capacidade de produção e estocagem; distribuição e prioridade.
Para o dr. Anthony Wong, do Instituto Brasileiro de Estudos Toxicológicos e Farmacológicos, a vacina patrocinada pela Universidade de Oxford é a que oferece melhores condições, atualmente. Ele considera que uma segunda onda somente viria ao Brasil no mês de maio do próximo ano, o que permite que não se busque desesperadamente por vacina, imediatamente. E, assim, seja possível cumprir requisitos de eficácia e segurança.
Por sua vez, a Dra. Francieli Fontana, do Programa Nacional de Imunizações, da Secretaria de Vigilância em Saúde, aproveitou o debate para explicou toda a complexidade das etapas às quais o Ministério da Saúde tem de obedecer para o procedimento de vacinações em massa, como seria o caso da vacina contra o coronavírus.